O parto #3
Cheguei à Maternidade Alfredo da Costa relativamente tranquila. Resolvi aceitar o melhor que consegui a cesariana que estava destinada para aquela bebé nascer, colocando de parte qualquer réstia de preocupação.
Ao encontrar-me com a Dra. Alice, lá fomos fazer a ecografia. Ela, tal como eu, tinha esperança na volta da bebé - e foi por isso que, mal a vi, lhe disse que achava que a bebé já tinha virado. Achava mesmo, apesar da descrença do meu marido, mas estava até com medo de o dizer alto, porque só eu é que acreditava nisso.
Para terem uma ideia, nas vésperas da cesariana, dancei feita maluca (acompanhada da Laura), passei horas sentada na bola de Pilates em exercícios pélvicos e estive também deitada no chão, com as pernas sobre o sofá. Pretendia que a bebé virasse e, uma vez virada, não mais voltasse a dar cambalhotas, mantendo-se assim.
A eco começou e o cenário confirmou-se: a Emília estava encaixada, com a cabeça para baixo, tendo virado às 40 semanas! Nem queria acreditar! Fiquei obviamente feliz e optei por ir para casa, aguardar que ela decidisse a hora para nascer, se possível, sem induções ou pressões.
Curiosamente ou não, nessa tarde, comecei com contrações espaçadas e algo dolorosas. À noite, fiquei a pensar que podia estar mesmo próxima a hora do parto. Mas acabei por dormir bem, as contrações deixaram de se sentir, e, no dia seguinte, fui só sentindo umas "moinhas", que vinham e iam.
Tentei andar o máximo que consegui nesse dia. Para tal, convenci o marido a ir a um Centro Comercial daqueles bem grandes, e andei por lá, entre compras para a Laura e para a Emília, a distrair a cabeça e a tentar que o exercício ajudasse a induzir naturalmente o parto...
Só perto do jantar é que o quadro da falta de dores/sintomas se alterou, e as contrações foram ficando mais fortes. Mas continuavam fáceis de suportar, e tanto apareciam como desapareciam.
Na manhã de quinta-feira, e depois de uma noite de sono relativamente tranquila, acordei mal disposta e corri para a casa de banho. De pé, as dores foram piorando e percebi que estava com um corrimento de sangue, diferente do habitual...
Fiquei assustada, confesso, e chamei o marido, que ainda dormia. Só lhe dei tempo para um duche rápido e fomos para o hospital...
(Continua...)