Recentemente, tive a oportunidade de entrevistar Stephen Fairchild, que é, desde há cinco anos, o Diretor Criativo da Pandora - a marca de jóias dinamarquesa, nascida em 1982, mais conhecida do mundo, cujas peças são desejadas por muitas e muitas mulheres.
Stephen é norte-americano, natural de Nova Iorque, e esteve sempre ligado à moda, trabalhando para nomes tão conhecidos como Valentino, Calvin Klein, Polo Ralph Lauren ou Giorgio Armani. Desde 2011 que faz parte da "família" Pandora, procurando levar mais além a marca, mas sempre com respeito do seu DNA.
Recentemente, Stephen esteve em Portugal, e foi o pretexto ideal para a nossa conversa. Ora espreitem...
Qual o segredo do sucesso da Pandora – o que torna as peças desta marca tão especiais, a ponto de serem objeto de desejo para tantas mulheres?
Penso que a resposta assenta, acima de tudo, no “contar de histórias”. Todas as histórias que cada jóia conta e, claro, nos momentos especiais que essas peças significam.
Assenta igualmente no facto das mulheres quererem partilhar as suas histórias com outras mulheres e com o mundo.
E é por isso que pretendemos que cada peça, e não apenas as contas, possam estar associadas a momentos especiais e marcantes.
Como é que cada coleção é preparada? É como uma coleção de moda? É preparada com muita antecedência?
Eu gostaria que cada coleção fosse pensada com bastante antecedência (5 anos, por exemplo). No entanto, o tempo é um luxo que nem sempre temos como gostaríamos e, por isso, não conseguimos preparar tudo assim com tanta antecedência.
Todo o processo é integrado e tem em causa vários factores. Para começar, trabalhamos com um laboratório de tendências, a funcionar desde Londres, que nos ajuda a definir o que serão as tendências de consumo do futuro – em termos psicológicos e sociológicos.
Para além disso, eu quero saber o que se está a passar no cinema, na arte, nas exposições que estão a decorrer. Tudo isso nos leva a criar moodboards inspiradores. Mas vamos sempre mais longe – olhando para a tecnologia, para a moda.
Para mim, todas as diferentes inspirações são importantes. Posso estar, por hipótese, sentado a falar com uma consumidora que me inspira – e isso acontece com frequência.
No final, é juntar tudo, simplificando e amplificando. Simplificando, no fundo, em peças e designs, e decidindo o que fazer.
É um processo algo complicado, mas, ao mesmo tempo, divertido!
E temos sempre em linha de conta o DNA da Pandora, a sua personalidade – o que, para mim, é muito importante. Todas as peças têm o DNA Pandora – são únicas.