O parto #2
Depois da consulta das 39 semanas, e a poucos dias de completar 40, chegamos a casa com a cesariana marcada.
Sou pessoa que gosta de ter tudo bem planeado e pronto com dias ou semanas, se possível, de antecedência. No entanto, e neste caso em concreto, preferia, muito honestamente, que tudo pudesse passar por um parto natural, sem datas ou horas certas, pelos contras inerentes a uma cesariana, para o bebé e para a mãe.
A minha médica explicou-me bem que contras eram esses, e, antes de sair da consulta, assinei um termo de responsabilidade, onde tudo se encontrava bem explicadinho.
Mas se isso era o melhor para a minha bebé, que importava tudo o resto? Não sendo a melhor solução, era a que oferecia menos riscos para ela, à data transversa, pelo que me conformei e comecei a contar os dias até à cesariana...
Em casa, e apesar de todas as evidências apontarem para a cesariana, não desisti dos exercícios que, supostamente, ajudariam a bebé a virar. E dei por mim, várias vezes, a acordar de madrugada, sentindo a bebé mexer e tentando perceber onde estava posicionada na barriga.
Era a única a acreditar numa reviravolta, de planos e de bebé. O meu marido não acreditava nisso, a minha família também não, e até uma grande amiga, médica, me disse liminarmente que os bebés não viram às 40 semanas. Mas eu acreditava nisso - ou pelo menos quis acreditar até à última, tal como também a Dra. Alice acreditava...
Entretanto, fui tirando partido de ter a data do parto definida e, na véspera, aproveitei para preparar as últimas coisas que ainda faltavam. À noite, fomos jantar fora - estava calor e soube bem jantar com vista para o rio, naquela que é, para mim, a melhor pizzaria de Lisboa. Até me deram prioridade na fila, o que nunca costuma acontecer...
Depois do jantar, a preocupação adensou-se. Li muito sobre cesarianas e havia uma coisa que não me saía da cabeça - o não conseguir fazer esforços nas semanas seguintes ao parto. Como ia eu pegar na Laura quando não tivesse ninguém por perto, para me ajudar??? Honestamente, adormeci preocupada, a pensar nisso.
Acordei mais calma, escondi as preocupações debaixo da almofada, e tomei o pequeno-almoço mais completo que consegui, já que, a partir das 9h não deveria comer mais nada.
A manhã passou rápido - andei entretida, a fazer umas compras para as meninas, para ver se me distraía, e, ao final da tarde, colocamos as malas no carro e lá fomos nós, em direção à Maternidade...
(Continua..)